Resenha de “A Linguagem Secreta do Jin-Shei” (Alma Alexander)








</p> <p>Resenha de “A Linguagem Secreta do Jin-Shei” (Alma Alexander) – The Book Dissector – Review Blog<br />



Sinopse: Syai é um mítico reino chinês onde existe uma língua, o jin-ashu, conhecida apenas pelas mulheres e que as meninas aprendem desde tenra idade, bem como uma antiga tradição transmitida de mães para filhas, o jin-shei, uma irmandade que une mais do que os laços de sangue e cujos laços são mais fortes que a amizade.

As vidas de oito mulheres de linhagens e estatutos muito diferentes cruzar-se-ão numa sociedade classista e estritamente hierárquica, e serão unidas pelo seu juramento a esta irmandade, que mudará o seu destino para sempre. Uma história atemporal que fala sobre a amizade e o que a destrói.

Análise: O Oriente desperta grande fascínio e curiosidade insaciável entre os cidadãos do velho continente. Apesar da progressiva capitalização, o contraste gerado por esta revolução económica e cultural aumentou a atractividade de muitos destes países, tornando-os destinos preferidos de muitos viajantes que querem conhecê-los sem abrir mão do conforto europeu.


O passado antigo torna-se uma mera atração turística, esquecendo-se a história que os moldou e que os quis preservar até hoje. Na tentativa de recuperar algo daquela época, muitos escritores tentaram retratar um mundo ainda desconhecido e incompreensível para muitos. Talvez o trabalho mais conhecido seja Memórias de uma Gueixa (Arthur Golden), embora existam muitos exemplos que ilustram esta atração pela cultura oriental: A última concubina
(Lesley Downer) Paixão Indiana (Javier Moro), Orquídeas vermelhas de Xangai (Juliette Morillot), etc. A maioria deles costuma se referir a personagens notáveis ​​ou acontecimentos significativos conhecidos pela maioria, mesmo que superficialmente. Às vezes, as histórias se desenvolvem em torno de aspectos específicos de sua cultura, especialmente aquelas cercadas por uma aura de mistério e segredos, como as gueixas. E quase todos pertencem ao gênero romântico, ou depreciativamente chamados romance rosa.


Portanto, apesar da riqueza e diversidade dessas civilizações antigas, as obras apresentam grande semelhança no enredo e no tratamento. Esta uniformidade contribui para reforçar muitos dos estereótipos existentes e empobrece ainda mais a imagem mental que possamos ter a este respeito. Porém, o resultado é ainda pior quando o autor decide tirar certas “licenças criativas” permitidas pela sua profissão, como faz Alma Alexander.


Note-se que não estou muito inclinado a este tipo de leitura pelos motivos acima expostos, e ainda mais quando o escritor “embeleza” excessivamente a história, corrompendo-a e tornando-a demasiado ocidental. Os processos de pesquisa e investigação rigorosa são relegados à imaginação do escritor. Na minha opinião, boas histórias são aquelas que mantêm a objetividade, sem influências externas que a distorcem. Daí eu recomendo O clube da estrela da sorte (Amy Tan) antes Memória de uma Gueixa (Artur Dourado).


Uma decepção aumentada pelo magnífico primeiro terço do romance. Ao longo destas páginas, Alma Alexander consegue descrever os principais cenários da história com uma precisão surpreendente. A atmosfera suntuosa do palácio, rodeado de jardins exuberantes e a solidão dos seus habitantes, mais prisioneiros do que privilegiados. O templo, lar de um amplo catálogo de deuses, oferece a serenidade e a esperança que seus súditos mortais precisam para continuar enfrentando os problemas que os aguardam após sua partida. Os bairros dos mendigos, regidos por leis próprias que poucos conhecem, mas que todos respeitam. Os quartéis da guarda imperial, onde o corpo se torna a arma mais temível. E assim, um longo etc. Todos eles únicos e maravilhosos.


Da mesma forma, a apresentação de seus oito protagonistas é precisa, pois eles são introduzidos na história cronologicamente à medida que acontecem os acontecimentos que acabam os unindo. Ao contrário de outros livros, em que os seus protagonistas aparecem de forma irregular em capítulos dispersos, sem compreender a sua relação com o enredo principal até que este esteja demasiado desenvolvido para compreender o seu envolvimento, Alexandra Alma oferece um retrato bastante preciso durante os primeiros capítulos da história e personalidade de. cada um. Uma apresentação precisa que provoca a empatia do leitor e lhe permite recordar todos os detalhes essenciais de cada um. Um aspecto essencial quando acontecem tantos eventos dos quais só participam muito mais tarde.

Por isso, os dois terços restantes são incompreensíveis, o que estraga o romance a ponto de torná-lo irrecuperável em todos os aspectos. É sabido que após a apresentação inicial que permite ao leitor se situar no contexto e conhecer os personagens principais que intervirão na trama, inicia-se o desenvolvimento dos acontecimentos transcendentais com a correspondente participação neles. A partir deste momento a narrativa torna-se errática, a ligação entre as personagens é forçada e o tempo salta demasiado. Tampoco contribuye la inclusión de elementos relacionados con la fantasía en su argumento, que la desvirtúan y convierten la historia de ocho mujeres unidad por la amistad del jin-shei en una mera anécdota, como si fuese un detalle insignificante cuando es el auténtico vector de todo o livro.

Apaixonado por sua aparência, acabei descobrindo que o dragão não passava de uma cobra e seu fogo apaixonado nada mais era do que brasas consumidas, sem possibilidade de reacende-las.

O MELHOR: A apresentação dos oito protagonistas. A contextualização da história e a descrição dos cenários.

O PIOR: O resto do romance.

Sobre o autor: Seu verdadeiro nome é Alma A. Hromicnasceu em 1963 em Novi Sad, Iugoslávia, mas viveu grande parte de sua infância em vários países africanos por motivos familiares, além da Nova Zelândia e da Inglaterra.. Atualmente ele mora nos Estados Unidos. Formou-se em microbiologia pela Universidade de Cidade do Cabo em 1987 e trabalhou como tal durante algum tempo até encontrar a sua verdadeira vocação, a escrita.
Ela é autora da série juvenil Tecelões de mundo e quatro romances de grande sucesso, entre os quais se destacam A linguagem secreta de Jin-Shey e As cinzas do céuambos publicados por Martínez Roca.
Ela se destaca como escritora pela grande imaginação de seus romances que misturam perfeitamente a fantasia com a realidade.



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