Maria Pratdesaba (ACN)
A Diputació de Lleida apresentou esta sexta-feiraCidade pequena, vida grandeuma campanha que busca reverter o despovoamento das pequenas cidades. A iniciativa leva como testemunhar protagonistas que optaram por viver nas áreas rurais da demarcação, como o atleta de elite Núria Picas, que mora no Vall de Boí, ou Belém Jaimeum professor de Sant Pere de Ribes que é diretor de uma escola em Tuixent desde junho deste ano. A apresentação da campanha contou com a presença a porta-voz do Governo, Sílvia Paneque, que se comprometeu a “modernizar” os serviços e infra-estruturas públicas para evitar o êxodo rural. “As pessoas deveriam poder ficar e viver onde quiserem e principalmente onde nasceram”, disse ele.
Durante seu discurso, panqueca admitiu conhecer “em primeira mão” as dificuldades enfrentadas pelos pequenos municípios. “Estou ciente de que é tempo de melhorar os transportes públicos, as ligações à rede, o acesso a serviços como a saúde e a educação, bem como garantir oportunidades de emprego” comentou o ministro, que afirmou que o Governo vai promover “mudanças e transformações” para reverter esta situação.
Na mesma linha, expressou-se o primeiro vice-presidente da Diputació de Lleida, Augusti Jiménez, que foi referido o despovoamento rural como um problema “preocupante” na demarcação. Segundo o vice-presidente, a ruralidade em Lleida é “muito complexa” porque os problemas dos municípios do território são muito diferentes. Foi por isso que ele disse isso “o projeto de lei do Estatuto dos Municípios Rurais é fundamental”.aprovado esta semana pelo Governo.
Isso mesmo, Jiménez colocou a habitação, a conectividade digital e a melhoria dos transportes como as principais prioridades para lidar com esse problema. E para isso pediu o envolvimento de todas as instituições. “Precisamos de encontrar soluções reais que sejam também participativas”, sublinhou.
Precisamente com o desejo de encontrar as respostas “mais participativas”, a Diputació de Lleida recolheu testemunhos de diferentes pessoas que optaram por viver em zonas distantes das grandes cidades. Entre esses rostos estão os de Mago Larry, que deixou Barcelona para iniciar um projeto profissional em Castellserà ou Joan Bertrand, um jovem agricultor de Segrià.
Não “romantize” a vida em um ambiente rural
Outro rosto da campanha é Belen Jaime, professora de Garraf que mora com a família em Cornellana, cidade com menos de 200 habitantes. A família mudou-se para este município por motivos de trabalho, pois desde junho Jaime é diretor de uma pequena escola rural em Tuixent.
Jaime reconheceu que tomaram a decisão de se mudar tendo em conta “as prioridades” que tinham em relação aos filhos. “Avaliamos a qualidade do nível educativo, a mistura de idades nas salas de aula e o nível pedagógico para encontrar uma consistência com o nosso estilo de vida”, destacou a professora.
Embora a avaliação destes primeiros meses a viver em meio rural seja “positiva”, Jaime admitiu que querem ser “cautelosos”. “Não queremos romantizar o facto de viver num ambiente privilegiado, tem coisas positivas e negativas, e todos nos dizem que temos que passar o primeiro inverno para podermos fazer uma avaliação”, ironizou.
Assim, garantiu que decidiu participar na campanha para “tornar visível” que é preciso cuidar dos serviços de saúde, educação e sociais dos pequenos municípios. «É isto que faz com que as pessoas se enraízem no território, não só convidando-as a vir, mas para que aí possam ficar», acrescentou.
Núria Picas: “Devo tudo às cidades”
A desportista Núria Picas também quis reivindicar a ruralidade e reconheceu que os Pirenéus a fizeram “crescer” como atleta de elite. “Devo tudo às cidades, às suas gentes e ao que rodeia a vida rural”, sublinhou. Nesta linha, o atleta tem defendido que hoje em dia “é mais fácil” viver no meio rural – graças à tecnologia – e que “não há desculpa” para dar um passo em frente e avançar para lá.