O artista Benjamí Tous (Almacelles, 1949), criador do Eloi de NOVA TÀRREGA, inaugurou na semana passada a exposição ‘Escales a l’infinit’ no Museu Tàrrega Urgell. Uma amostra de mais de cinquenta produções realizadas nos últimos quatro anos. A parte central é composta por trinta pinturas repletas de escalas inspiradas nos filmes de Hollywood das décadas de 50, 60 e 70 do século passado. Poderá ainda ver quatro criações de grande formato, as chamadas pinturas do ano, e outras vinte obras com motivos geométricos ou inspiradas na natureza, com frutas e legumes que lembram o mercado de segunda-feira. A exposição que vamos agora descobrir pode ser visitada até 30 de abril.
O que o visitante encontrará na exposição ‘Escales a l’infinit’?
Escadas para o infinito é como uma dupla exposição. Por um lado é quase monotemático de escalas de cores, projeto que comecei a pintar em 2019. Propositalmente decidi pintar setenta quadros com estes elementos inspirados na escala de cores do jogo Poker e agora exponho uma seleção em Tàrrega. Mas o nome não me convenceu muito e junto com o diretor técnico do museu, Oriol Saula, pensamos que poderia ser escadas para o infinito, o que acho muito apropriado e gosto muito. E você dirá: por que são escadas para o infinito? Pois bem, porque são escadas que nunca terminam, nem para cima nem para baixo, nem para a direita nem para a esquerda, mesmo em algumas pinturas nem na frente nem atrás. Assim, infinito em termos de jogabilidade e visibilidade. É verdade também que, na metáfora do infinito, há muitas pessoas que são movidas por esse sentimento de espiritualidade, de ir além do além. Você não precisa pensar no céu, mas são escadas que podem te transportar para outro mundo: da fantasia, da pintura…
Quantas escadas existem?
O número também é muito curioso porque em 2019 fiz 70 anos e resolvi pintar 70 quadros de escadas. Na verdade, sempre brinquei muito com números. Pintei 500 elefantes para a minha primeira exposição em Tarragona, na galeria Contratalla, que também podia ser vista em Tàrrega, e aos 43 anos fotografei-me com uma garrafa de Licor 43.
É verdade que 70 começa a ser um número importante, mas para mim foi engraçado. Mas claro que fazer 70 pinturas novas também teve um custo significativo e como já há algum tempo sou muito consciente da reciclagem e da economia circular, levei dezenas de pinturas antigas minhas que não gostei muito, o que iríamos digamos que foi a saída das pinturas de outras exposições, e eu as repintei com escalas. Assim, as escadas tornaram-se uma corrida de táxi ou uma capa xadrez. A maioria dessas 70 pinturas de escadas é feita cobrindo pinturas antigas. E com isso descobri algo muito importante além da reciclagem, e acontece que eu não era tão original mas que essa técnica já havia sido usada por Hernández Pijuan ou mesmo em sua época por Leonardo Da Vinci em revival E é precisamente esta a magia desta exposição, porque atrás das escadas flutuam (põem a cabeça para fora) partes de pinturas anteriores: vedetas, coelhinhos, elefantes, alguns Eloi, barcos, palmeiras… Além do mais, a cor do escadas é dado pela cor das caixas anteriores. Por exemplo, se fosse uma estrela azul, as escadas seriam azuis.
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