“Em cargos de responsabilidade ainda somos poucos”

Domingo assinalou-se o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, um dia que tem como objectivo promover a igualdade de género também no campo científico. Apesar dos progressos alcançados, ainda há muito trabalho a fazer, como explica Maite Caus Enríquez, natural de Tàrrega e investigadora do grupo de Investigação Translacional Vascular e Renal do Instituto de Investigação Biomédica (IRBLleida).

Para incentivar as vocações científicas entre meninas e adolescentes, a Câmara Municipal de Tàrrega, com a colaboração do IRBLleida, lançou uma campanha para tornar visível a contribuição feminina no campo científico e, ao mesmo tempo, aumentar a consciência sobre a persistente disparidade de género no mundo da ciência. Vamos conversar com um dos participantes.

As mulheres estão faltando no campo científico?

Acho que aos poucos vai se equilibrando e há cada vez mais mulheres cientistas. Apesar de tudo, eles ainda estão desaparecidos. Estima-se que 40% do pessoal de investigação sejam mulheres. Vale ressaltar que depende das áreas de pesquisa. Na área da saúde, nas fases iniciais da carreira de investigação, há mais mulheres do que homens, mas à medida que a carreira de investigação avança e em cargos de maior responsabilidade, a maioria são homens, 70% dos quais ainda há trabalho a realizar feito.

A que você atribui isso?

As razões são muitas: a falta de referências femininas na área da investigação, o facto de os direitos das mulheres na educação terem chegado tarde e também a falta de conciliação, o que faz com que muitas mulheres à medida que progridem na carreira científica, acabem por abandoná-la. .

Como você incentivaria essa vocação entre as jovens?

Nesse sentido, os professores têm um papel fundamental, pois desde as salas de aula podem transmitir as suas preocupações e vontade de saber mais sobre ciências. Também é importante que os institutos de investigação façam esta divulgação pública. No IRBLleida são realizados continuamente workshops para alunos do ensino secundário para que tenham contacto com a ciência, façam experiências e visitem laboratórios, acho que são muito positivos porque servem para aproximar a ciência dos cidadãos e principalmente dos jovens.

Precisamente hoje em dia ela dá palestras em escolas secundárias de Tàrrega junto com um colega. Como você os avalia?

Penso que estas iniciativas são muito positivas e a avaliação é muito boa pois durante as palestras do último ano do ESO ou do Baccalaureate, que é quando têm que escolher o seu futuro, é bom ouvir alguém de fora e conhecer o profissional sai.

No caso dele, por que apostou na ciência?

Ficou claro para mim que gostava da área da saúde mas não da medicina e decidi estudar Biomedicina na Universidade de Lleida (UdL).

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